Coffee and Work

Por Poli Lopes

Depois que eu aceitei o convite da Gislene para fazer parte da plataforma de pesquisadores do Coffee and Work eu fiquei um tempo me perguntando “por quê? o que eu posso dizer? como de fato eu vou colaborar?”. Afinal, se eu olhar de forma bem superficial para as minhas pesquisas eu não vejo uma relação direta com as questões de trabalho ou outras temáticas que são pertinentes a esse espaço. Mas, com calma, pensando melhor, eu me dei conta de que esse pensamento é muito errado. Quer saber porque? Vem comigo! 
 
Primeiro eu preciso explicar que as minhas pesquisas falam sobre a forma como nós, enquanto sujeitos conectados, nos apropriamos nas plataformas de comunicação como Facebook, Instagram, Twitter e outras, para consumirmos informação, produzirmos conteúdo e, claro, nos relacionarmos com outros sujeitos. Olhando para isso já fica clara a importância de associar estas análises que eu faço pelas mais diferentes perspectivas com as questões de trabalho. 

Hoje, diferente de alguns anos atrás, “proibir as pessoas de acessarem o Facebook no trabalho” é algo que praticamente não existe mais – se não, praticamente impossível.

Isso porque o Facebook está no bolso dessas pessoas, elas não dependem mais do equipamento nem da internet da empresa para acessar esse site ou qualquer outro. Toda essa questão da mobilidade e o nosso caráter always on mudaram a forma como nós nos comportamos enquanto pessoa física e/ou jurídica.
 
Outra questão que precisa de mais estudos e  análises perpassa também pela conectividade always on e pela mobilidade. Qual é o limite do trabalho hoje? Como nós, enquanto sujeitos comunicantes, estamos nos portando perante essas tecnologias e as possibilidades de uso que fazem com que nós trabalhamos mais, a qualquer momento? E, pior, que fazem com que nós cobremos das outras pessoas um comportamento que pode não ser o ideal? Como isso funciona? Por que essas coisas acontecem?
 
Afinal, nós vivemos em uma cultura em que as pessoas são definidas pelo seu trabalho. E quando eu falo aqui, sobre trabalho, eu falo daquele que nos remunera. Por isso, também, é essencial pensarmos acerca das relações entre as nossas práticas de lazer, informação e comunicação e a forma como nós, enquanto sujeitos culturais, nos portamos perante e durante essa produção laboral remunerada.

Bem, pra começar, acho que é isso. Vamos pensar juntos sobre como a tecnologia vem impactando quem somos, o que fazemos, o que consumimos e como trabalhamos?

Poli Lopes é jornalista, criadora de conteúdo web e professora de marketing digital. Doutora em Processos e Manifestações Culturais. 

Poli Lopes faz parte da nossa plataforma de pesquisadoras, uma iniciativa do projeto Coffee and Work que visa engajar as pessoas a pensar sobre seu trabalho a partir das diferentes apropriações que fazemos das redes sociais, internet e muito mais. Quer saber mais? Inscreva-se em nossa Newsletter!

Fonte:
Foto: Pixabay
Foto Poli Lopes: Acervo pessoal