Por Gislene Feiten Haubrich
A leitura é uma das habilidades que aprendemos ainda quando crianças. Graças a possibilidade de ler que conseguimos sobreviver em uma sociedade tomada por letras miúdas. Ler vai muito além de juntar as letras e formar palavras, ainda que esse primeiro passo seja fundamental para avançarmos aos próximos. O modo como aprendemos a ler transforma a maneira como nós percebemos o mundo. Isso porque não lemos apenas textos escritos em livros, embalagens, blogs, e etc. Lemos a natureza, as pessoas e tudo que está ao nosso redor.
A nossa relação com a leitura pode ter ficado despercebida ou adormecida por associarmos ler com livros, apenas, o que para muitos pode soar cansativo e desnecessário. Entretanto, temos textos a nossa disposição desde o momento que abrimos os olhos pela manhã. E mesmo aqueles diálogos mediados pelo sono profundo, os chamados sonhos, demandam a nossa leitura e reflexão quando nos acordam na madrugada e são retomados pela manhã quando conversamos com alguém.
Aprendemos a associar a leitura apenas aos livros e isso nos levou a depreciação de um ato tão fundamental para a nossa vida. E note, com essa constatação eu não desmereço os livros de maneira alguma, mas infelizmente há muita gente que o faz. E nós já vemos os efeitos de indivíduos distantes da leitura em nosso dia a dia na sociedade. Nossa capacidade de entender conceitos, números e associar ideias está muito rasa e isso nos leva a questionar obviedades e provas contundentes. Em última instância, nos amarra no processo de evolução. Para exemplificar claramente: cada vez que alguém questiona se a Terra é, de fato, redonda, nós temos de desgastar horas de argumentação para, no fim, chegar ao ponto que estávamos no princípio da conversa. E não entenda errado, questionar dogmas e leis é importante, mas refletir antes de expressar evita compreensões parciais e desinformação.
O que isso tem a ver com leitura? Muito. Tanto pelo princípio de que as pessoas têm a capacidade de ler e interpretar, quanto pela importância da leitura para o nosso desenvolvimento cerebral e mental. No livro O Cérebro no Mundo Digital, a autora Maryanne Wolf, que é neurocientista, nos inspira e nos convida a uma super reflexão sobre como funciona o nosso cérebro e as consequências de um processo de leitura esvaziado. Ela destaca a importância do impresso para desenvolver determinados circuitos cerebrais que podem desaparecer com a nossa devoção às telas. Por outro lado, ela também destaca o quanto podemos evoluir com o tipo de leitura mediada por tecnologias e diferentes estímulos. Em suma: com a associação do aprendizado de leitura em impresso e nas telas, podemos ter uma sociedade muito diferente do que temos.
Se antes de se aventurar na leitura você quer algumas pistas sobre o que esse livro apresenta, nós convidamos você a acompanhar as discussões que a Poli Lopes e eu, Gislene, realizamos e divulgamos no YouTube. A primeira live rolou na última terça-feira, dia 21/04 e nós falamos sobre o processo de leitura e como nós dependemos dele para nosso desenvolvimento. A próxima live acontece no dia 28/04 e vai tratar especialmente das telas e como elas afetam o nosso cérebro. Quer acompanhar? Clica aqui e ativa o sininho para receber a notificação. Esperamos você por lá! 🙂
Perdeu a primeira live “Livros, telas e como a gente aprende”?
Não tem problema!
No link abaixo você acompanha na íntegra o nosso diálogo!
Este conteúdo contribui com nosso engajamento aos objetivos globais pelo desenvolvimento, alavancados pela ONU após o acordo assinado entre os países membro, 2015. Saiba mais aqui!
