
O entorno do trabalho durante a pandemia tem feito emergir inúmeras pesquisas e abordagens sobre o impacto que as tecnologias têm na nossa jornada cotidiana. Diante disso, hoje resolvemos fazer uma retomada das ideias centrais dos episódios da nossa webserie “Trabalho e Tecnologias”, que está disponível na íntegra lá no nosso canal no YouTube.
Na época, a Patrícia Bassani e eu organizamos os conteúdos em cinco episódios, a fim de dar conta de questões mais amplas a respeito dessa conexão entre as tecnologias e nossa apropriação.
Hoje, eu gostaria de propor um exercício de reflexão sobre essa questão, lembrando que o trabalho vai além dos recursos investidos na sua realização, mas envolve nossas escolhas enquanto seres particulares e orientados pelo aqui e agora das situações.
Vamos começar lembrando do nosso primeiro encontro, quando nós definimos cada uma dessas palavras. Nosso ensaio por aqui sempre ruma à uma visão inovadora do trabalho, cujos valores implicam protagonismo, dialogicidade, renormalização e a experiência das normas. Entretanto, também destacamos as camadas de sentido que vem sendo sedimentadas ao longo dos séculos, que sustentam o trabalho por meio do controle, da linearidade, das prescrições e das engrenagens. A tecnologia, por sua vez, é compreendida para além da sua forma técnica, mas como manifestação sociocultural. A refinação tecnológica atual nos engaja de modo quase que totalmente dependente a ela.
Nesse sentido, nosso enfoque aqui foi despertar reflexões às relações possíveis entre trabalho e tecnologias com ênfase à potência de ambos os conceitos na definição do que nós, humanos, somos. Para isso, nós falamos das aplicações que já são realizadas na Indústria e da Educação. Será quer seremos substituídos? Será que os robôs vão tomar conta do mundo?
Bom, nós vimos que muitas dessas ideias vêm de filmes e leituras, mas que, na prática, ainda estamos distantes de uma possibilidade tão intensa de transformações. No entanto, cada vez mais exige-se de nós uma relação mais próxima com a tecnologia, para além de saber usá-la, mas entendendo como ela define a nossa intervenção no mundo. Como nós usamos smartphones e laptops? O que nós fazemos com esses objetos quando eles se tornam obsoletos? Enfim, as questões são inúmeras nesse sentido.
Por isso, para registrar ideias e saberes a respeito das reflexões que realizamos a cada episódio, nós criamos um mural colaborativo no padlet, uma ferramenta para sistematização e compartilhamento de ideias, onde todos podem inserir suas percepções. Ele pode ser consultado a qualquer momento e também ampliado, caso você tenha contribuições às nossas reflexões.

Gislene Feiten Haubrich é Doutora e Mestre em Processos e Manifestações Culturais. Dedica suas investigações aos estudos comunicacionais no contexto das organizações sob os enfoques da Ergologia, das teorias Bakhtiniana e Discursiva. Fale com: gislene@coffeeandwork.net.