Muita gente já está em clima de férias, de pausa e recesso nas suas organizações. Chegamos ao momento de finalizar um ciclo e celebrar um novo que vem por aí. Celebrar datas especiais é algo que cristalizamos em nossa cultura ao longo do tempo. Das festas dedicadas aos deuses às datas comerciais, criamos inúmeras oportunidades para ter a possibilidade de celebrar sem culpa ou constrangimentos.

A nossa dica número 3 vem mostrar que nós precisamos alterar mais um comportamento se visamos construir uma mentalidade empreendedora. Sim, a transformação ou aprimoramento da forma de ler e responder às demandas do mundo – ou mentalidade – demanda de nós comportamentos diferentes. Na primeira semana desse especial, tratamos da necessidade de abrirmo-nos aos convites que recebemos diariamente para desenvolver ideias, projetos e ações. Essa abertura está conectada com as possibilidades de aprendizado que podemos ter quando fazemos coisas diferentes e nos associamos a pessoas com diferentes bagagens e olhares.
Na semana passada falamos sobre iniciativa e como devemos avançar sem esperar pelos outros. Ao contrário: cientes de que somos o outro de alguém, nós devemos ser ousados e dedicar nossos esforços para transformar práticas naturalizadas em nosso contexto social, mas que nada mais são do que ideias cristalizadas ao longo do tempo. Como sabemos, mudar de ideia é sempre possível, posto que tende a representar maior meditação sobre um tema, um mergulho mais profundo no contexto que o envolve e, por fim, uma fundamentação para um novo olhar.
A dica de hoje é: defina objetivos específicos e celebre as suas conquistas.
Por vezes, nós projetamos um objetivo grande, que demanda uma série de coisas para que possa ser concretizado. Em geral, a gente celebra apenas esse grande objetivo alcançado, o que pode levar meses ou anos para se efetivar. Satish Kanwar, empreendedor canadense, no entanto, chama nosso foco à necessidade de escolhermos movimentar nosso olhar aos problemas ou à busca de soluções mais específicas. Mudar o mundo, enquanto globo, é muito difícil, mas mudar o próprio comportamento é mais fácil. Basta organização e uma escolha efetiva e dedicada. Claro que isso não apaga as pedras que podem surgir no caminho. É por isso que quando, por exemplo, nós colocamos uma meta e a cumprimos, devemos celebrar.
Por exemplo: nessa época do ano, costumamos fazer resoluções para todo o próximo ano. E se, de modo distinto, colocarmos metas menos intensas, mas diárias? Vamos supor que você queira ler mais. Ao invés de colocar uma meta 3 vezes maior do que você consegue fazer hoje, porque não se compromete a ler uma página a mais a cada dia? O efeito mental da conquista é completamente diferente.
Nosso cérebro tem sido condicionado a necessidade constante de estímulos. Nós nos motivamos por meio do desafio, assim como nos desmotivamos quando não conseguimos atender as nossas próprias expectativas.
Empreender implica essa competência de equilibrar expectativas, encontrar possibilidades que façam o nosso olho brilhar. Só assim somos capazes de nos conectar com as outras pessoas. Todos nós buscamos construir grandes obras nesse mundo, mas precisamos aprender a valorizar cada tijolinho que fundamenta a construção, pois para além do acúmulo, ele será a memória de que fomos capazes de conhecermos a nós mesmos e de conectar esse conhecimento com a realidade que vivemos.
Esperamos que essa tríade de textos contribua com a sua construção de uma mentalidade empreendedora, que para além de criar um negócio ou projeto, parte do impulso de olhar para o entorno de modo diferente, experimentar esse mundo e agir com ele rumo às novas realidades possíveis!

Gislene Feiten Haubrich é Doutora e Mestre em Processos e Manifestações Culturais. Dedica suas investigações aos estudos comunicacionais no contexto das organizações sob os enfoques da Ergologia, das teorias Bakhtiniana e Discursiva. Fale com: gislene@coffeeandwork.net.